segunda-feira, agosto 18
O GUARDADOR DE SÍMBOLOS
Olhar uma foto da cidade
Um quadrado estagnado
Tem muito que se lhe diga
Muito mesmo. Cidade de luz
E urbanística é engano.
Uma imagem cofre
Que agarre pelos cabelos
É do que falo. A vida
Sem filtros, concisa e
Aparentemente perfeita
Uma porta entreaberta
Por empurrar, um tapete
BEM-VINDO
Chegou a território lúcido
Aqui todos aprendemos
Basta: parar, olhar
Descortinar com um bisturi
Os princípios básicos e
As pessoas: o autocarro parado
A fila corcunda em guarda
O mundo a crescer nos passos
Perdido, os placares de publicidade
As lojas prósperas, as pessoas felizes
Miseráveis, teleguiadas por linhas contínuas
Os corpos, as bolas, a tômbola de cartão
A dança, o bailado etéreo da probabilidade
Os pés que desenham no chão deuses gastos
Ratos que evitam as águas onde se afogam.
Um homem só a segurar um ovo quebrado, prestes a estrelar
A simbiose ciclópica, a implícita poesia maldita
A luta, a gritaria afónica na voz de todas as máquinas
Uma imagem vale mais de mil símbolos
As palavras só vêm depois, aguardam a
Imagem apropriada e uterina do tempo.
(Dedicado ao Grande Zé que se dá por Quase.)
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