terça-feira, maio 6

BATINAS CASTANHAS

De capacete no sítio. Do local onde correm
Todos os males e desgraças
A circunferencial cabeça rola pelo chão,
A avarenta tômbola do devaneio
Que me contenta com as ideias no sítio
As prosaicas e arcaicas limitações
Das prisões em cores inventadas
Dos estados de espírito formalizados
Que orientam a multidão sedenta,
As cabeças espetadas entre si, emaranhado da sanidade.

Retiro o meu capacete e galgo
Espezinhado por fobias que se elevam
Que cantam que gritam
Adeus! Não mais existem
Os coros da concórdia as batinas da união
A loucura que não minha.

Adeus! Morri de desastre
Bati com a cabeça, renasci pelo trauma
Pela loucura sobre ombros

Vocifero!

“Unam-se orquestras sinfonias
Da agradável desgraça! Passem a estafeta
Para mim que não tenho mãos
Deixem-na cair no solo inflamado pela massa”;

Os limoeiros enrijecem
Para lá da minha (janela),
Entranham as suas raízes,
Asfixiam o peculiar castanho
Do vento que se vê. O céu,
O poético céu
Armistício da chuva
Espelha as vossas imagens

“O peso dos capacetes assim vos pende
Orientados sinais camuflados rumo ao funil destino”

(Do vidro um sorriso
Uma réstia espelhada
Um brilho lamacento
Quebrado, um caco pontiagudo
Uma espada simbólica
Um corte sangrento na bruma).

“Bem hajam trupes da diarreia!”

Habituaram-me ao ódio
Ao asco moldável nos dedos
Que escorre catarata,
À tinta castanha que me lava a cara

“Adoro-vos!”

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