segunda-feira, abril 14

BASTIDORES DA SELVA ABRANGENTE

Os subúrbios são o espaço da mistura de espécies individuais, a possibilidade num jogo aleatório dos espíritos, uma intimidade essência do percurso construtor do destino. Por vezes um encontro é a base para o uno, a área do tu eu, confronto saudável e progresso na identificação que nos rege a euforia alegre, o caminho que os hábitos determinam, o previsto analisado e absorvido em consonância com o tempo que nos molda, como felizes contemplados num concurso de milhões de notas em música aquecida por um espírito latino rebelde que vai amolecendo confortavelmente -a inércia a subir pela via da esquerda, a rápida que nos imobiliza galopante pela estrada, ao traçado pessoal que transfigura porque o tempo é o presente, os restos do passado amadurecidos em casca de carvalho, o processo do tempo em desmultiplicação acontecida por fragmentos doces e oriundos das profundezas do princípio que é a razão desconhecida, a razão que não se fez por nós, a que se foi fazendo sem se ver quando distraídos pela vivência, a vivência que é vida, o limbo da vitória, a união segmentada pela disponibilidade dos encontros, -a probabilidade lançada à velocidade de tudo o que vai acontecendo aceitavelmente: mar flutuante e cheio, com rochas que atingem os montes que não tocam na superfície da água, os montes das nuvens fofas e apaziguantes, as almofadas que dissimulam a realidade acutilante. As pessoas circulam pela matéria que ordena o traçado cósmico como elemento necessário e natural, passeiam pelo habitat que nos molda como barro que difere na plasticidade de cada preparação, do avançar particular e conciso, à qualidade da origem que se procura, no presente da magia. Os truques e ilusões sucedem como peixes munidos de ferros, ampolas ingeridas a golfadas enérgicas capazes de levarem à perfeição do homem equilibrista sobre o fio pesado pelo corpo que se mantém apaziguado sobre uma plateia de palmas em pé sobre outros fios de equilíbrio. Os meandros da cidade são assim, cristalização das areias douradas em noites de Inverno Palaciano. É bela a mistela, babel no seu auge sentimental, não há terra certa mas apenas uma forte vontade de viver sobrevivente da selva, a selva mágica com lianas que são fios emaranhados pela mente, pelo espaço místico, mistério, a alquimia da química do cérebro ao serviço do avanço das formas manuseadas pelas tenazes do caranguejo transversal desajeitado que age por instinto nos Bastidores da Selva.
A selva é um mar, a fusão de raízes que se escrevem no crânio interliga-se harmoniosamente.

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