quarta-feira, outubro 8

ARS POETICA

Escreve cada um dos teus poemas
como se fosse o último.
Nesta era, atomicamente saturada,
carregada com terrorismo,
voando com velocidade supersónica,
a morte chega com uma brusquidão aterrorizadora.
Envia cada uma das tuas palavras
como se fosse a última carta antes da execução,
um apelo gravado no muro de uma prisão.
Não tens o direito de mentir,
nem o de brincar às escondidas.
Não terás simplesmente tempo
para corrigir os teus erros.
Escreve cada um dos teus poemas,
concisamente, impiedosamente,
com sangue - como se fosse o último.

Blaga Dimitrova

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