quarta-feira, setembro 3

OU CONTOS INFANTIS

Li no jornal, ou talvez na TV
que os cidadãos do nosso mundo
têm cada vez mais apetência por
livros e música depressivos. Rotulados
como se o descontentamento fosse
sinónimo de uma caixa cheia de
benzidos fármacos, teme-se um oceano
de corpos e de cangalheiros sem mãos
a medir. Faz sentido, já não há caixões
que cheguem ou lápides que representem
condignamente a numerologia da causa.
Sem crer nem saber, meteram-me nesse mesmo
saco, deu-me vontade de rir. Tenho medo
de um dia, outorgado pelo sugestivo estudo
começar a ouvir música alegre e a ler manuais de
como ser feliz no mundo dos palhaços.

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