quarta-feira, setembro 17

OBRIGADO AO RUI

Nunca gostei dos que escrevem uma fuga,
para cobardias já chegam os gestos dos dias.

Sou um bocado pesado, não tenho como o negar,
sou cento e dez quilos de gente. Se pudesse correr
corria, mas não posso, demasiado peso
reside em mim e a alimentação não engana.

E tudo isto porquê? Já sei que perguntam.

Simples, tal como à mesa, os dias
são pratos repletos de calorias e as noites
são sedes de cerveja que enganam os hábitos.

Portanto, se tenho cerveja e produtos afins
de que me serve a escrita senão para o equilíbrio?

É só por isso que não gosto de sonhadores caligráficos,
por vezes caio por aí, mas a posterioridade ao espelho
conclui que a desilusão umbilical é desnecessária.

Peço imensa desculpa pela arrogância, mas
o tempo dos sonhadores ficou-se pelo era uma vez.

1 comentário:

Unknown disse...

o peso da escrita é um fardo terrívelmente leve... mas que pesa demais.
mais uma vez digo, muito bom!

abraço!