quarta-feira, setembro 24

O VELHO DO COSTUME

Do jornal sobre a mesa alguém
minimiza a miséria no nada. O rio
corre sujo e o velho canta

«Porquê que vamos gostar
de quem não gosta da gente…»

não consegue fugir, tal como eu.

Da jukebox uma música brasileira
embala os turistas que comem:
degustam a tarde de um porto
de sol. Fui caço, não tenho mais
nada, a constatação não é amarga nem
contraditória, é uma voz que nos diz

«A tristeza, não é absoluta nem crónica
é sintomática». E logo a seguir

apaga-se o sol e clareia a noite.

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