sábado, agosto 16

SEM HONRA NEM TÍTULO

DESTE JÀ AVISO: isto não é um poema
É uma carta aberta, uma janela póstuma

É tão bela a liberdade quando nos permite
Acusar e ser acusados. Nunca saímos ilesos
E isso engrossa o prazer. É tão fácil a culpa
Como a desculpa, nada nos detém, a superfície
É plana e imunda e as esfregonas limpam tudo
Mesmo as superfícies mais sujas.

Analogias acumulam-se como pó, o vento
Varre-o daqui para ali numa dança suave
A sua força mitológica só não varre o tempo

Esse: morre pela mão que move ponteiros,
Escreve o perscrutar fundamental das palavras.

Sem comentários: