domingo, julho 20

CONSPIRAÇÃO

As gaivotas no céu pastoso da tarde
Choram cada vez mais, um choro agudo
De agonia, uma emaranhada conspiração
Para com os homens. Enquanto as observo,
Acendo uma tocha para a morte

No telhado sobrepovoado
Uma dança permuta, penosa
Fulminante e
Agitada

Uma destaca-se, serena,
Parabólica como o final da tarde
Procura e aproxima o horizonte

Numa língua estranha, selvagem
Leva-me até gritos agoniantes, a um ser que me traz
Prisioneiro, lancinante bailarino etéreo do corpo

E é então que as telhas ruem, que
Os sentidos roçam o absurdo. Tudo se resume
A um cigarro já apagado, ao verão, a gritos
Irreverentes a perpetuarem-se na noite

Alienados hábitos que incomodam quem dorme.

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