Perdi toda a esperança
Aguardei frio e chorei
O grito da revolta que nos faz implodir
Só porque nada fizeste
E nada fazes só
Perdi o brilho nos olhos
Só porque não constróis nunca
E nem acompanhado
Perdi a força no âmago
Só porque sou só
E construo contigo
Ganhei uma vida
Só porque desisti de ti
Somente para acreditar em mim
E consequentemente acreditar em ti
Escrevo e contagio o descontentamento
E só depois de desistir de mim
E acreditar em ti que não acreditas
Vi a nossa morte e a ti ta dou
À luta na espera de te sentires vivo
Vi a morte e a ti te entrego
Toda esperança que não tens
Toda a luta que fervilha em ti
Todo o descontentamento a emergir
Vi a morte e não a vejo portanto
Mas tu crês nela e não percebes
Que a morte que te entrego
É a vida que tens para entregar
Só porque desisti de ti
Somente para acreditar em mim
E consequentemente acreditar em ti
Escrevo e contagio o descontentamento
À luta na espera de te sentires vivo
Ao grito de revolta que nos faz implodir
Só tens que morrer
Que te entregar à morte
Ao que te move nela
Entregar tudo o que tens
Os teus infames gestos inúteis
Os teus sonâmbulos requintes
Só tens que morrer
Como eu morro todos os dias
Morto para tudo mas desejoso de viver
Entregar tudo o que tens
Os teus infames gestos inúteis
Os teus sonâmbulos requintes
Só tens que viver
Como eu vivo todos os dias
Vivo para tudo mas desejoso de morrer
Só porque desisti de ti
Somente para acreditar em mim
E consequentemente acreditar em ti
Só tens que
Apenas isso
E nunca o que tens
Não desistas nunca mais
Só porque há muito que desistes
Só porque aceitas e vives
Só porque te arrastas e sentes vivo
Só porque vives sem nunca saber o que isso é.
Estás vazio
Apenas isso
E nunca o que sentes
Andas iludido
Apenas isso
É o que te move
É o que me dás a acreditar
Em nada
Porque ages no nada
É assim que acredito em mim
Em nada porque és nada
Demonstras-te vazio
Apenas isso
E nunca o que és
Foges e escondes-te
Só porque há muito que desistes
Só porque aceitas e vives
Só porque te arrastas e sentes vivo
Só porque vives sem nunca saber o que isso é.
Falas-me e eu respondo
Mas nada me dizes
Mas nada fazemos
E nada te digo
E nada fazemos
Só porque desisti de ti
Somente para acreditar em mim
E hipoteticamente acreditar em ti
Só porque desisti de mim
Somente para acreditar em ti
E hipoteticamente acreditar em mim
Mas eu acredito em ti
E quero que tu acredites em mim
Quero que vejamos o que há para crer
E tu acreditas em mim
E queres que eu acredite em ti
E eu que creio nas palavras
Muito para além da imobilidade
Eu que creio na mudança
Muito para além do espírito
Eu que creio no espírito para a mudança
Insurjo-te para viver como nunca viveste
A estrumares o que de ti arde insuportável
Insurjo-te para cuspires nos teus hábitos
Para extenuá-los até ao seu verdadeiro valor

Mas nada me dizes
Mas nada fazemos
E nada te digo
E nada fazemos
Só porque há muito que desistes
Só porque aceitas e vives
Só porque te arrastas e sentes vivo
Só porque vives sem nunca saber o que isso é
Só porque nem eu sei o que isso é…
Sem comentários:
Enviar um comentário